Durante uma entrevista no programa Rede Verdade, nesta terça-feira (6), o atual presidente da OAB Paraíba, Harrison Targino, fez uma declaração infeliz que trouxe à tona a questão do sexismo e falta de respeito enfrentados pelas mulheres na advocacia. Harrison revelou que o atual conselheiro federal Paulo Maia expressou seu desejo de dirigir pela terceira vez a entidade paraibana, afirmando que "acostou ao seu projeto" o apoio da advogada e juíza eleitoral Maria Cristina Paiva Santiago (Kiu), justificando tal aliança como sendo "legítima pela razão de familiaridade".
Esta declaração, apesar de aparentemente inocente, é profundamente problemática e evidencia a persistência de atitudes machistas e desrespeitosas dentro da advocacia. A sugestão de que o apoio de uma advogada seria "legítimo" simplesmente por razões de "familiaridade" sugere uma falta de reconhecimento e valorização do profissionalismo e competência das mulheres na advocacia.
É fundamental ressaltar que as mulheres advogadas não devem ser reduzidas a meros objetos de familiaridade ou relações pessoais. Elas merecem ser reconhecidas e respeitadas por suas habilidades, experiência e dedicação ao exercício da profissão, assim como seus colegas masculinos.
Essa situação exemplifica uma realidade mais ampla e preocupante enfrentada por mulheres advogadas em todo o mundo. Desde a sub-representação em cargos de liderança até a discriminação salarial e o assédio no local de trabalho, as mulheres continuam a enfrentar obstáculos significativos em sua busca por igualdade e reconhecimento na advocacia.
Seria importante que o presidente Harrison e outros membros influentes da advocacia retratassem e repudiassem essas declarações, reconhecendo o valor das mulheres advogadas e comprometendo-se com a promoção de uma cultura de respeito e igualdade de oportunidades para todos.
Comments