Comissão quer esclarecimentos sobre a relação dela com lobista que atuou para empresa suspeita de irregularidades no Ministério da Saúde
A CPI da Covid no Senado aprovou nesta quarta-feira a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle , ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de um de seus filhos, Jair Renan. O objetivo é apurar as relações dela com o lobista Marconny Faria, que atuou para a Precisa Medicamentos no Ministério da Saúde e depõe nesta quarta-feira na CPI. Apenas o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) foi contra a convocação.
Em seu depoimento, Marconny disse ser amigo de Jair Renan há dois anos, e depois afirmou na verdade se tratar de um colega. Afirmou que o camarote no estádio Mané Garrincha em que fez sua festa de aniversário em dezembro do ano passado era de Jair Renan. Também contou já ter apresentado ao filho do presidente um advogado tributarista com o objetivo de ajudá-lo a abrir uma empresa. Por outro lado, negou ter recebido qualquer benefício por isso ou manter negócios com o filho do presidente. Marconny contou também conhecer a mãe de Jair Renan, mas disse desconhecer outros integrantes da família Bolsonaro.
"Mensagens eletrônicas extraídas de aparelho celular em posse desta Comissão Parlamentar de Inquérito indicam que, a pedido do lobista Marconny Faria, a Sra. Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do atual Presidente da República, entrou em contato com o Palácio do Planalto para exercer influência no processo de escolha do Defensor Público-Geral Federal junto ao então Ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual Ministro do TCU, Jorge Oliveira", diz trecho do requerimento do senador Alessandro Vieira, aprovado pela CPI.
Essas mensagens foram repassadas à CPI pelo Ministério Público Federal (MPF) no Pará e fazem parte de uma investigação de desvio de dinheiro público no Instituto Evandro Chagas, com sede no estado e vinculado ao Ministério da Saúde.
IG
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